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Gavião-de-anta Daptrius ater (VIeillot, 1816)
Ordem: Falconiformes | Família: Falconidae | Monotípica


Indivíduo adulto. Foto: Marcelo Camacho

Falconídeo endêmico da floresta amazônica, encontrado em matas de galeria, clareiras e borda de matas, normalmente próximo de rios. Vive em grupos familiares de 3 a 5 indivíduos, possui dieta onívora consumindo desde larvas de insetos até alguns frutos. Conhecido também como caracara-í, ka-ka-zi e kai-a-nó-na (nomes indígenas, Mato Grosso), cã-cã (Amazonas) e canção-de-anta.


Descrição:
Mede de 41-47 cm de comprimento, com peso de 350-440 g (fêmea) e 330 g (macho) (Márquez et al. 2005). De aparência inconfundível, possui plumagem toda negra, faixa branca na basa da cauda, íris avermelhada ou castanha, cera e tarsos amarelos, assim como garganta e parte da face desprovidas de pena de cor amarelo-laranja. Jovem é parecido com adulto, possui a face amarela, plumagem negra opaca, com leve coloração amarronzada nas asas e cauda. As partes inferiores podem ser manchadas ou barradas.

Dieta e comportamento de caça: Dieta variada, consome desde carniça até larvas de besouros, tanajuras, sapos, rãs, lagartos, cobras, filhotes de pássaros, pequenos mamíferos e peixes. Também consome frutos, como cocos de buriti e de dendê. Procura queimadas para alimentar-se de insetos e outros animais em fuga; tira também carrapatos de antas e de veados. Tribos indígenas afirmam que existe uma relação entre o D. ater e a anta Tapirus terrestris, segundo a história, a anta começaria a piar quando ouvisse a vocalização do D. ater, este logo atenderia ao chamado da anta, para comer seus carrapatos.

Olmos & Sazima (2009) registraram D. ater capturando peixes que se deslocavam rio acima nas corredeiras do rio Roosevelt, Amazonas. Os peixes eram apanhados individualmente, tanto com o bico como com as garras, em um trecho de águas rasas com muitas plantas aquáticas.

Reprodução: Constrói o ninho em árvores altas. Coloca de 2 a 3 ovos amarelados manchados de marrom.

Distribuição geográfica: Ocorre das Guianas e Venezuela até a Bolívia, incluindo todo o norte do Brasil (Sick, 1997).

Habitat e comportamento: É amplamente distribuído nas terras baixas da bacia amazônica, geralmente associado a habitats ribeirinhos. Comum em florestas de galeria, clareiras na mata e bordas de florestas. Vive solitário, aos pares ou em pequenos grupos familiares de 3 a 5 indivíduos. Costuma pousar em praias de rios ou no alto de árvores próximas.

Movimentos: Espécie residente.



:: Página editada por: Willian Menq em Jan/2018. ::




Referências:

Del Hoyo, .J., Elliot, A. E Sargatal, J. (1994) Handbook of the birds of the world (2 v). Bird Life International Lynx Editions. 638p.

Márquez, C., Gast, F., Vanegas, V. & M. Bechard. (2005) Aves Rapaces Diurnas de Colombia. Bogotá: Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt. 394 p.

Olmos F. & Sazima, I. (2009) Fishing behaviour by Black Caracaras (Daptrius ater) in the Amazon. Biota Neotrop. 9(3): 399-401.

Sick, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro. Nova Fronteira.

Site associado: Global Raptor Information Network

 

Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Canção-de-anta (Daptrius ater) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/daptrius_ater.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (LC) Baixo risco

Canto - (gravado por: Bob Planqué)
By: xeno-canto.




Indivíduo jovem e adulto tomando água. Alta Floresta/MT, Junho 2015.
Foto:
Roseanne Almeida
 

Indivíduo adulto.
Presidente Figueiredo/AM. Out. 2001
Foto:
Robson Czaban
 

Indivíduo jovem.
Alta Floresta/MT, Agosto 2014.
Foto:
Luís Roberto Silva