Tanatau Micrastur mirandollei (Schlegel, 1862)
Ordem: Falconiformes | Família: Falconidae | Monotípica
Indivíduo adulto. Foto: Henrique Coelho |
Falcão florestal de hábitos discretos e pouco conhecidos. Vive no interior de florestas densas, de onde é mais ouvido do que visto. Conhecido também como falcão-mateiro-cinza.
Descrição: Mede de 40-45 cm de comprimento, peso de 420 g (macho) e 500-556 g (fêmea) (Bierregaard & Boesman, 2013). Adulto possui dorso cinza-escuro contrastado com o ventre branco; cera, bico e tarsos amarelos e íris castanha; cauda é escura com três faixas brancas. O jovem apresenta dorso marrom quase negro, com partes inferiores creme e peito marrom estriado.
Espécies similares: Adulto pode ser confundido com o tauató-pintado (Accipiter poliogaster), diferenciando-se principalmente pelo íris escura e pela área nua da face mais protuberante.
Dieta e comportamento de caça: Alimenta-se principalmente de pequenas aves, e em menor frequência de lagartos e serpentes. Procura suas presas a partir de poleiros ocultos pela vegetação, de onde lança-se em voos ágeis e acrobáticos, capturando suas presas no ar ou no solo. Alguns autores, como Sick (1997), relata que essa espécie costuma pousar em poleiros camuflados a poucos metros do chão, de onde emite um chamado curto e agudo para atrair pequenas aves curiosas com o som. Dessa forma, quando as aves se aproximam demais, o falcão ataca através de voos rápidos.
Reprodução: Biologia reprodutiva desconhecida, provavelmente nidifica em cavidades de árvores como nos outros falcões-florestais.
Ninhos equatorianos supostamente dessa espécie (De Vries & Melo 2000) provavelmente se referem a uma espécie de Accipiter, como argumentando por Thorstrom (2002).
Distribuição geográfica: Ocorre no Panamá, Guianas, Venezuela, Colômbia, Peru, norte do Brasil, além de uma população disjunta na Mata Atlântica do leste do Brasil (norte do Espírito Santo e sul da Bahia).
Habitat e comportamento: Espécie estritamente florestal, discreta e pouco conhecida. Vive na parte alta da floresta, habita matas de terra firme e matas secundárias altas em beiras de rios e igarapés com margens florestadas. Na costa leste da Mata Atlântica é restrito as florestas de tabuleiro.
Conservação: Espécie rara e pouco conhecida. Devido à perda de habitat, a raridade natural e comportamento discreto, M. mirandollei permaneceu algumas décadas sem registros na Mata Atlântica, até que foi recentemente redescoberto no bioma por um grupo de observadores de aves (Wagner Coppede, Susana Coppede e Justiniano Magnago), na Reserva Natural Vale, em Linhares/ES. Provavelmente a população de M. mirandollei da Mata Atlântica encontra-se seriamente ameaçada de extinção, confinada nos poucos remanescentes florestais preservados do Espírito Santo.
Movimentos: Espécie residente.
:: Página editada por: Willian Menq em Abr/2019. ::
Referências:
Bierregaard, R.O., Jr & Boesman, P. (2013). Lined Forest-falcon (Micrastur gilvicollis). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.) (2013). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona.
De Vries, T. & C. Melo (2000) First nesting record of the nest of a Slaty-backed Forest-falcon (Micrastur mirandollei) in Yasuni National Park, Ecuadorian Amazon. Journal of Raptor Research 34:149-150.
Sick, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro. Nova Fronteira.
Thorstrom, R. (2002) Comments on the first nesting record of the nest of a Slaty-backed Forest-falcon (Micrastur mirandollei) in the Ecuadorian Amazon. Journal of Raptor Research 36:335-336.
Site associado: Global Raptor Information Network
Citação recomendada:
Menq, W. (2019) Tanatau (Micrastur mirandollei) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/micrastur_mirandollei.htm > Acesso em:
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