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Urubu-rei Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758)
Ordem: Cathartiformes | Família: Cathartidae | Monotípica


Indivíduo adulto. Foto: Willian Menq

É o maior e o mais colorido urubu do Brasil. Ocorre em todo o Brasil, encontrado em florestas com clareiras, borda de matas, capoeiras e savanas. É chamado de urubu-rei por vários motivos, dentre eles pelo grande porte e pela hierarquia observada durante a alimentação com outros urubus. Conhecido também como corvo-branco, urubu-real, urubu-branco, urubutinga, urubu-rubixá e iriburubixá.


Descrição:
Mede 71-81 cm de comprimento, com envergadura de asas que pode chegar a 180 cm. O peso varia de 3.000 g a 3.700 g, sem diferenças entre os sexos. Adulto apresenta plumagem predominante branca, com cauda, primárias e parte das coberteiras pretas; pescoço e cabeça nua, toda colorida, com pescoço alaranjado ou vermelho; íris branca. O jovem possui coloração preta até os seis meses de idade, após esse período começa a adquirir a plumagem branco amarelada do corpo; só as penas da cauda e as longas penas das asas continuam pretas. Demora de três a quatro anos para atingir a plumagem adulta. Apresenta um forte bico que lhe proporciona ser o único urubu a conseguir a abrir as partes mais difíceis de seu alimento, como a carcaça de um animal grande.

Espécies similares: Em voo alto, adulto pode ser confundido com o cabeça-seca (Mycteria americana), maguari (Ciconia maguari) e com o tachã (Chauna torquata), já o jovem pode ser confundido com urubus do gênero Cathartes e com a águia-cinzenta (Urubitinga coronata).

Dieta e comportamento de caça: Necrófago, alimenta-se de animais mortos, principalmente de mamíferos de médio e grande porte (antas, capivaras), mas também pode aparecer em carcaças de grandes peixes, jacarés, serpentes e aves. Em áreas antropizadas e nas proximidades de fazendas, pode aparecer nos cadáveres de gado e outros animais de criação. É imune, aparentemente, ao botulismo, doença que ataca o homem e outras aves por ingestão de alimentos enlatados, como patê, contaminado pela bactéria Clostridium botulinum. Frequenta carniças com os outros urubus, onde devido a seu tamanho, deixa as outras espécies afastadas, parecendo ser o rei entre elas. Como estratégia de forrageio, localiza seu alimento sobrevoando a mata e áreas abertas, ou seguindo outros urubus.

Reprodução: Nidifica em ocos de árvores ou em fendas e plataformas em paredões rochosos. Coloca um único ovo, com período de incubação que vai de 53 a 58 dias, com o casal revezando-se ou somente a fêmea incubando. O jovem fica dependente dos pais por vários meses, demorando mais de 130 dias para sair do ninho e alçar os primeiros voos. No período de paradas nupciais, o macho corteja a fêmea empoleirado ou no solo, abrindo e fechando as asas e exibindo a vértice vivamente colorido para a fêmea, abaixando a cabeça.

Distribuição Geográfica: Distribuição neotropical, ocorre do sul do México até o norte da Argentina, incluindo todo o Brasil.

Habitat e comportamento: Habita florestas com clareiras, florestas subjacentes a paredões rochosos ou áreas montanhosas e formações florestais do Cerrado e Caatinga. Pode ser observado voando alto, sozinho ou aos pares, raramente em grupos de vários indivíduos. Pousa nas árvores mais altas da mata ou em plataformas em paredões rochosos, onde costuma dormir. As populações do sul e sudeste brasileiro sofreram um declínio considerável devido à caça e perda de hábitat, figurando nas listas regionais em diferentes categorias de ameaça.

Porque Urubu rei? O urubu-rei recebe este nome por vários motivos, dentre eles pelo grande porte, bico poderoso e pela hierarquia observada durante a alimentação com outros urubus. Frequenta carniça com outros urubus e assim que ele "abre" uma carcaça é seguido por outras aves necrófagas, que se aproveitam da carcaça já aberta para se alimentarem. E quando está se alimentando, por causa do tamanho, as outras espécies ficam afastadas aguardando terminar o banquete, dando a ele o aspecto de ser o rei entre os urubus.

A denominação urubu-rei segue a tradução literal do nome científico, onde Sarcoramphus papa pode ser entendido como “o pai dos comedores de carne podre”; Sarco é carne, ramphus é podre e papa pode ser entendido como o pai, como o papa católico.

Movimentos: Espécie residente.

 



:: Página editada por: Willian Menq em Jan/2018. ::




Referências:

Antas, P. T. Z. (2005) Aves do Pantanal. RPPN. Sesc.

Houston, D., Kirwan, G.M. & Marks, J.S. (2018). King Vulture (Sarcoramphus papa). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52944 on 25 January 2018).

Márquez, C., Gast, F., Vanegas, V. & M. Bechard. (2005) Aves rapaces diurnas de Colombia. Bogotá: Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt. 394 p

Sick, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Site associado: Global Raptor Information Network

 



Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Urubu-rei (Sarcoramphus papa) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/sarcoramphus_papa.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (NT) Quase ameaçado

 







Indivíduo adulto.
Brasília/DF, Março de 2014.
Foto:
Leandro Espino
 

Indivíduo Jovem.
Monte Alegre do Sul/SP, Ago. 2010.
Foto:
Elisa Torricelli
 

Indivíduo jovem em voo.
Ribeirão Cascalheira/MT, Nov 2013.
Foto: Willian Menq
 

Indivíduos adultos.
Poconé/MT, Nov. de 2012.
Foto:
Derek Kverno
 

Indivíduo filhote, recém saido
do ninho. Iapu/MG, Dez. 2016.
Foto:
Leandro Moreira
 

Indivíduo adulto.
Ribeirão Cascalheira/MT, Nov 2013.
Foto: Willian Menq