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Urubu-de-cabeça-vermelha Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
Ordem: Cathartiformes | Família: Cathartidae | Politípica (4 subespécies)


Indivíduo adulto. Porto Murtinho/MS. Foto: Willian Menq

Urubu muito comum no Brasil e nas Américas. Vive em uma grande variedade de habitats, frequentemente encontrado sobrevoando florestas, pastagens e borda de matas. É conhecido por possuir um dos melhores olfatos do mundo das aves, capaz de detectar, a grandes distâncias, cadáveres pequenos em meio a vegetação.


Descrição:
Possui 62-81 cm de comprimento, peso de 850-2000 g, e envergadura de asas de até 1,82 m (Houston et al. 2015). Adulto apresenta a pele nua da cabeça e do pescoço vermelhas, além de um escudo nucal branco, visível em boas condições de luz. A plumagem é predominantemente preta, com dorso marrom-escuro quase preto, além das longas penas das asas (primárias e secundárias) de coloração cinza-escuro. Esse contraste entre as penas da asa e o corpo, facilmente visível em voo, é bem característico do gênero. O jovem é igual o adulto, exceto a cabeça, que é toda escura, quase preta.

Dieta e comportamento de caça: Necrófago, alimenta-se de carcaças de animais mortos, como capivaras, antas, veados, aves, etc., geralmente dando preferência por animais menores e mais frescos. Em áreas próximas a fazendas, pode aparecer nas carcaças de gado e outros animais de criação. De forma ocasional, pode capturar e matar pequenos vertebrados. Há relatos de C. aura capturando peixes em poças rasas, atacando ninhegos de garças nos ninhos, e atacando pequenas aves feridas ou debilitadas. Também se alimenta de matérias orgânicas em lixões, fezes e alguns tipos de frutos. 

O C. aura, assim como os outros urubus do gênero Cathartes, apresenta uma sensibilidade olfativa impressionante, capaz de localizar um pequeno pedaço de carne podre no interior de uma floresta. Graças à essa sensibilidade olfativa e a capacidade de voo, costuma ser o primeiro urubu a chegar na carniça. Mas nem sempre é o que se banqueteia melhor, porque logo é seguido pelas outras espécies e afastado por elas. Muitas vezes, espera as demais alimentarem-se, para, então, voltar a comer.

Reprodução: Nidifica no solo ou, mais raramente, em ocos de árvores. Em qualquer caso, locais bem cobertos por vegetação e protegidos. Coloca dois ovos com período de incubação de 38 a 41 dias. Quando os filhotes nascem são alimentados pelos pais através da regurgitação da comida. A partir dos 70 dias de vida, inicia seus voos.

Distribuição e subespécies: De ampla distribuição, ocorre desde a América do Norte até a terra do fogo, e por todo Brasil. São conhecidas 4 subespécies.

  • C. a. aura: oeste da América do Norte, desde o Canadá (Manitoba) e Estados Unidos até a Costa Rica; no inverno migra para a América Central e norte da América do Sul.
  • C. a. septentrionalis: leste da América do Norte, desde o sudeste do Canadá (Ontário, Quebec) até o sudeste dos Estados Unidos (Louisiana); no inverno migra para o sudeste dos EUA.
  • C. a. ruficollis: América Central (sul da Costa Rica) e terras baixas da América do Sul, incluindo Brasil.
  • C. a. jota: costa do pacífico da América do Sul (sul do Equador), Andes, Patagônia e Ilhas Malvinas; no inverno migra para o norte da América do Sul.

Habitat e comportamento: Encontrado em vários tipos de habitats, desde áreas áridas na costa do Peru, áreas de pastagens, florestas, até periferia de áreas urbanas, demonstrando uma clara preferência por mosaicos de áreas abertas e florestas e áreas com afloramentos rochosos. É facilmente observado planando à baixa altura ou pousado em poleiros baixos. Aproveita a menor brisa disponível para voar sobre a vegetação e o solo, às vezes a poucos metros do chão. Nessa busca de sustentação, mantém as asas rígidas e viram o corpo de lado a outro, parecendo um voo errático, que não vai se manter. Muito raramente bate as asas e, mesmo assim, só para iniciar o movimento. Igualmente, voa a grandes alturas, mantendo o perfil característico de voo. À noite, dirige-se para pousos tradicionais, seja nas árvores da mata ribeirinha, seja em capões nos campos. Esses pousos são comunais, podendo se reunir em grupos de 20 ou 30 urubus, inclusive de outras espécies.

Movimentos: Espécie residente no Brasil. Populações das regiões mais setentrionais (Estados Unidos, Canadá) e austrais (Patagônia), são migratórias, no inverno deslocam-se para as regiões mais quentes do continente.


:: Página editada por: Willian Menq em Fev/2018. ::



Referências:

Antas, P. T. Z. (2005) Aves do Pantanal. RPPN. Sesc.

Houston, D., Kirwan, G.M. & Christie, D.A. (2015). Turkey Vulture (Cathartes aura). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.) (2015). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved fromhttp://www.hbw.com/node/52940 on 27 October 2015).

Sick, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro. Ed. Nova Fronteira.

Site associado: Global Raptor Information Network



Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/cathartes_aura.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (LC) Baixo risco

 





Indivíduo adulto.
Tuneiras do Oeste/PR. Jul. 2010.
Foto: Willian Menq
 

Indivíduo se alimentando.
Jateí/MS, Abril de 2015.
Foto: Willian Menq
 

Indivíduo adulto.
Ibiapina/CE, Dez. 2013.
Foto: Willian Menq